Faço de mim casa de sentiments bons onde a má fé não faz morada e a maldade não se cria, me cerco de boas intenções e amigos de nobres corações que sopram e abrem portões com chave que não se copia.



Observo a mim mesmo em silêncio porque é nele onde mais e melhor se diz, me ensino a ser mais tolerante, não julgar ninguém e com isso ser mais feliz.




domingo, 22 de abril de 2012

“Como diz o Mestre Huiracocha, bispo da Igreja Gnóstica Ortodoxa nos mundos superiores, que escreveu na sua obra La Iglesia Gnóstica, que os gnósticos não precisam de leis ou dogmas, e sim, de uma senda. E isso contraria as normas da seita católica quando afirma que o corpo de Cristo é formado pelos fiéis e a Igreja Católica espalhada mundo afora. Até o conceito de Criador é diferente entre as duas partes. A Igreja de Roma ainda adota o mesmo conceito dos judeus quando aceitam que Deus e a criatura são distintos entre si. Neste caso, Deus está lá em algum ponto do universo, observando suas criaturas, condenando uns ao Inferno e oferecendo o Paraíso a outros, lançando raios de ira em nossas cabeças, vingativo, caprichoso e cheio de manhas como uma criança enfadonha. Já os gnósticos concebiam, e ainda são assim, que Deus, o Incriado, o não-formado, o Incognoscível, está escondido dentro de sua própria criação, e que só conseguiremos realizá-lo dentro nós quando erradicarmos de nossa psique os elementos indesejáveis que carregamos e que adormecem nossa Consciência. Assim como predicavam os antigos gnósticos, temos de realizar a Gnose dentro e fora de nós. Aí, sim, poderemos conhecer Deus face a face sem morrer”.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

como lembrarão de mim...

é provável que eu jamais seja lembrada como expoente máximo de o que quer que seja, mas também jamais passarei por esse mundo despercebida, minha busca é pelo meio termo, minha palavra é o equilíbrio, busco a harmonia do espírito com o corpo, da razão com a sensação, não consigo ser empirista, vivendo só os prazeres do corpo e não refletir sobre a vida e  também não consigo ser racionalista e deixar de lado as tão maravilhosas experiências humanas. Jamais conseguiria seguir uma ideologia pois ideologias se limitam, por mais maravilhosas que sejam foram idéias que brotaram de uma mente, e outras pessoas concordaram em seguir, entretanto basta o fato de termos mentes diferentes, construídas com a mínima que seja diferença de subjetividade para termos uma opinião diferente relacionada a algum ponto da tal ideologia, minha ideologia é a minha, meu estilo é ser única.

terça-feira, 20 de março de 2012

Maneira de Amar


O jardineiro conversava com as flores e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza.
Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na devida ocasião.
O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mando-o embora,depois de assinar a carteira de trabalho.
Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem."Você o tratava malagora está arrependido? "Nãorespondeu,estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É a minha maneira de amar,ele sabia disso, e gostava
." 

Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 7 de março de 2012

O Segredo da Felicidade.

Certo mercador enviou seu filho para aprender o segredo da felicidade com o mais sábio de todos os homens. O rapaz andou durante quarenta dias pelo deserto, até chegar a um belo castelo, no alto de uma montanha. Lá vivia o sábio que o rapaz buscava. Ao invés de encontrar um homem santo, porém, o nosso herói entrou em uma sala e viu uma atividade imensa; mercadores entravam e saíam, pessoas conversavam pelos cantos, uma pequena orquestra tocava melodias suaves, e havia uma farta mesa com os mais deliciosos pratos daquela região do mundo. O sábio conversava com todos e o rapaz teve que esperar duas horas até chegar sua vez de ser atendido. O sábio ouviu atentamente o motivo da visita do rapaz, mas disse-lhe que naquele momento não tinha tempo de explicar-lhe o segredo da felicidade. Sugeriu que o rapaz desse um passeio por seu palácio e voltasse daqui a duas horas. - Entretanto, quero lhe pedir um favor - completou o sábio, entregando-lhe ao rapaz uma colher de chá, onde pingou duas gotas de óleo - Enquanto você estiver caminhando, carregue esta colher sem deixar que o óleo seja derramado. O rapaz começou a subir e descer as escadarias do palácio, mantendo sempre os olhos fixos na colher. Ao final de duas horas retornou à presença do sábio. - Então - perguntou o sábio - você viu as tapeçarias do Pérsia que estão na minha sala de jantar? Viu o jardim que o Mestre dos Jardineiros demorou dez anos para criar? Reparou nos belos pergaminhos de minha biblioteca? O rapaz, envergonhado, confessou que não havia visto nada. Sua única preocupação era não derramar as gotas de óleo que o Sábio lhe havia confiado. Já mais tranqüilo, o rapaz pegou a colher e voltou a passear pelo palácio, desta vez, reparando em todas as obras de arte que pendiam do teto e das paredes. Viu os jardins, as montanhas ao redor, a delicadeza das flores, o requinte com que cada obra de arte estava colocada em seu lugar. De volta à presença do sábio, relatou pormenorizadamente tudo que havia visto. - Mas onde estão as duas gotas de óleo que lhe confiei? - perguntou o Sábio. Olhando para a colher, o rapaz percebeu que as havia derramado. - Pois este é o único conselho que eu tenho para lhe dar disse o Sábio dos Sábios. O segredo da felicidade está em olhar todas as maravilhas do mundo, e nunca se esquecer das duas gotas de óleo na colher!